Má Prática Acadêmica por Estudantes de Medicina: Estudo Piloto
Iris Cristina B. da Costa, Manuella S. Martins, Sofia F. Mata-Virgem, Carlos Eduardo R. Rolim, Lauro R. Santana, Patricia U. R. Bataglia, Anybal M. Silvany Neto, Paulo Gilvane L. Pena
Resumo
Má prática acadêmica é um fenômeno preocupante em muitas universidades do Brasil e do mundo. Pressupõe-se que este comportamento possa comprometer a formação profissional dos estudantes. Objetivou-se descrever a freqüência e recorrência de más práticas acadêmicas; analisar os argumentos que visem a justificá-las e realizar o pré-teste do instrumento. Realizou-se estudo piloto com amostragem aleatória de 106 estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia, utilizando questionário estruturado e auto-aplicável. Aproximadamente, 88% dos estudantes afirmaram ter “pescado” em avaliações; 78%, recorrido ao plágio no preparo de trabalhos acadêmicos; 63%, falsificado assinaturas em listas de presença, ao menos uma vez, desde que começaram a graduação. A prática médica não supervisionada foi realizada por 50% dos estudantes do internato. “Provas pontuais e mal elaboradas” foi referido como um bom argumento para justificar a prática da “pesca” por 43,4% dos estudantes; 51,9% admitem que “quando o colega está realizando atividades mais importantes para sua formação profissional no momento de uma aula” é justificável assinar a lista de presença por ele; 50% dos estudantes do internato acham justificável a prática médica sem supervisão porque o “atendimento médico é precário na maioria dos locais”. Os dados apresentados sinalizam a necessidade de maior atenção a esta temática nos cursos de medicina tanto para fins pedagógicos específicos como para responsabilidade social do ensino médico.
Palavras-chave: má prática acadêmica, integridade acadêmica, educação médica, exercício ilegal da Medicina.
Palavras-chave: má prática acadêmica, integridade acadêmica, educação médica, exercício ilegal da Medicina.
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