A asma grave mal controlada resulta em grande impacto econômico. Programas para controle efetivo da doença podem reduzir custos com melhoria da qualidade de vida. Esse estudo de coorte estima o custo-efetividade de um programa para controle da asma grave, quando comparado ao tratamento usual oferecido pelo sistema de saúde pública em Salvador-Bahia. Um total de 81 asmáticos graves, de 12 a 75 anos, foram comparados 12 meses antes e após a implementação do programa. Custos com consultas, exames, medicações, internações, admissõe em UTI e emergência foram coletados. Custos familiares foram estimados. O controle da asma foi avaliado por função pulmonary e escores do ACQ, enquanto a qualidade de vida foi medida por escores do AQLQ. Foi realizada análise de sensibilidade para avaliar a reprodução dos achados. Um total de 64 pacientes (83% mulheres) concluíram o estudo. Após inclusão no programa, houve redução por paciente/ano de 5 dias de internação, 0,1 dias em UTI e 68 visitas a emergências/consultas não-agendadas. A função pulmonar melhorou em relação ao previsto 16% no pico de fluxo e 4% no VEF1.Os escores do ACQ e AQLQ melhoraram 47% e 75%, respectivamente. A economia anual estimada em recursos de saúde pública em favor do programa foi de R$ 836 por paciente. A renda familiar anual aumentou R$ 1.107 e os gastos familiares anuais com a asma reduziram R$ 1.583. Programas para controle da asma que priorizem os casos graves,podem reduzir morbidade, melhorar a qualidade de vida e reduzir custos públicos e familiares.
Palavras-chave: Asma, custo-efetividade, custos familiares, qualidade de vida, tratamento.