Gazeta Médica da Bahia, No 1 (145)

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Princípio Responsabilidade e ensaios clínicos

Liliane Lins

Resumo


O progresso da medicina moderna proporcionou grande desenvolvimento nas possibilidades terapêuticas, no entanto o avanço científico nesta área não seria possível sem a experimentação humana. A história da experimentação com seres humanos no século XX evidencia a exploração dos sujeitos da pesquisa, na maioria dos casos vulneráveis. As considerações expostas neste artigo, sobre experimentação humana e ensaios clínicos, nos remetem às reflexões de Hans Jonas sobre o Princípio Responsabilidade, conclamando os detentores de poder, sejam pesquisadores, instituições de pesquisa ou Estado, a assumirem uma nova ética onde a consciência traduzida no saber previdente assume a Responsabilidade que instrui o autocontrole necessário diante do desenvolvimento tecnológico e da necessidade de proteção do sujeito da pesquisa. Assim como a esfera tecnológica invadiu o espaço das ações, a moralidade é chamada a invadir a esfera do progresso tecnológico, desde o privado ao âmbito das políticas públicas. Neste sentido, as ações individuais e coletivas devem assumir este novo modo de agir, traduzido na Ética de Responsabilidade, proporcional a amplitude do poder. Este exercício exige humildade, resultando em prudência e sabedoria aplicadas à ciência.
Palavras-chaves: Bioética. Responsabilidade. Ensaios clínicos. Experimentação humana.

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