Gazeta Médica da Bahia, No 2 (140)

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Nina Rodrigues e a Religião dos Orixás

Sérgio F. Ferreti

Resumo


Comentário sobre o centenário da morte de Nina Rodrigues. Apresenta síntese e comentários sobre os livros O animismo fetichista dos negros bahianos, publicado em 1896 e traduzido em francês em 1900 e Os africanos no Brasil publicado cerca de trinta anos após o falecimento do autor. Ambos os livros apresentam inúmeras informações sobre o trabalho de campo realizado pelo autor que é o pioneiro destes estudos e abriu caminhos para pesquisas posteriores. Mostra sua afinidade e interesse pelos estudos do negro no Brasil. Descreve o momento público das festas, vestes e contas usadas e detalhes da iniciação, demonstrando a proximidade entre o autor e os elementos pesquisados. Nina Rodrigues escrevia bem e fundamentava seus escritos em pesquisas de campo minuciosas. É lamentável que hoje em dia a maioria dos seus trabalhos não estejam disponíveis ao público. Mostra que práticas dos negros e brancos em toda parte encontram-se associadas, que não são apenas práticas de negros pois os brancos estão aptos a tornarem-se negros. Considera que as praticas religiosas, sobretudo a religião dos nagôs foram as principais instituições africanas conservadas entre nós, tendo em vista o seu predomínio numérico, a melhor organização do sacerdócio e a maior difusão da língua. Nina Rodrigues foi o pai fundador dos estudos afro-brasileiros, o pioneiro nessa área, e sua contribuição foi fundamental para estabelecer diretrizes deste campo de estudos.
Palavras-chave: Nina Rodrigues, centenário da morte, religião dos orixás, nagôs, mitologia e liturgia, trabalho de campo.

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