ASPECTOS HISTOPATOLÓGICOS E ULTRA-ESTRUTURAIS DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA (LCD)
Achiléa Lisboa Bittencourt
Resumo
Neste capítulo serão considerados os aspectos histopatológicos da leishmaniose cutânea difusa (LCD) polar, da LCD
subpolar e da leishmaniose cutânea dimorfa. Nas lesões não involuídas da LCD polar, observam-se macrófagos
vacuolados e repletos de parasitos, obscurecendo as estruturas da derme e, muitas vezes, da hipoderme (padrão
macrofágico). Este aspecto é, frequentemente, associado à atrofia epidérmica com faixa de Unna e, profundamente,
a discreta infiltração linfoplasmocitária. Nas lesões involuídas espontaneamente ou por ação de tratamento antimonial
pentavalente (Sb+5), vêem-se acentuação do infiltrado linfoplasmocitário, diminuição do volume dos macrófagos e
do parasitismo e áreas de fibrose ao lado de necrose citolítica. Na LCD subpolar, o padrão macrofágico é menos
acentuado e alterna-se com áreas de infiltrado linfoplasmocitário, de necrose citolítica e, por vezes, de infiltração de
eosinófilos. Na LC dimorfa, aspectos de ambas as formas polares da leishmaniose são observados em uma mesma
lesão ou em lesões diferentes. O parasitismo é menos acentuado e células gigantes e epitelioides são observadas ao
lado de infiltrado linfoplasmocitário mais intenso. No entanto, granulomas bem organizados não são vistos. O
principal diagnóstico diferencial destas formas de leishmaniose é a leishmaniose dérmica pós-calazar.
Ultraestruturalmente observam-se, na LCD, lise de macrófagos, destruição parasitária no interior dos macrófagos,
contato íntimo entre linfócitos e macrófagos parasitados e entre linfócitos e amastigotas. Tais aspectos associados à
infiltração linfoplasmocitária e a fibrose sugerem ocorrer uma resposta imune celular limitada nestas formas de
CL, embora insuficiente para controlar a infecção, a resposta imune poderia ser capaz de causar a involução
espontânea de algumas lesões. Na LCD subpolar, estudos ultra-estruturais mostraram contato íntimo entre eosinófilos
e macrófagos parasitados e líticos e a presença de grânulos de eosinófilos no citoplasma de macrófagos parasitados
ou entre as membranas dessas duas células, o que leva a crer que a degranulação do eosinófilo possa constituir outro
importante mecanismo parasiticida.
Palavras-chave: leishmaniose cutânea difusa (LCD), histopatologia, estudos ultra-estrutural, Leishmania
amazonensis.
subpolar e da leishmaniose cutânea dimorfa. Nas lesões não involuídas da LCD polar, observam-se macrófagos
vacuolados e repletos de parasitos, obscurecendo as estruturas da derme e, muitas vezes, da hipoderme (padrão
macrofágico). Este aspecto é, frequentemente, associado à atrofia epidérmica com faixa de Unna e, profundamente,
a discreta infiltração linfoplasmocitária. Nas lesões involuídas espontaneamente ou por ação de tratamento antimonial
pentavalente (Sb+5), vêem-se acentuação do infiltrado linfoplasmocitário, diminuição do volume dos macrófagos e
do parasitismo e áreas de fibrose ao lado de necrose citolítica. Na LCD subpolar, o padrão macrofágico é menos
acentuado e alterna-se com áreas de infiltrado linfoplasmocitário, de necrose citolítica e, por vezes, de infiltração de
eosinófilos. Na LC dimorfa, aspectos de ambas as formas polares da leishmaniose são observados em uma mesma
lesão ou em lesões diferentes. O parasitismo é menos acentuado e células gigantes e epitelioides são observadas ao
lado de infiltrado linfoplasmocitário mais intenso. No entanto, granulomas bem organizados não são vistos. O
principal diagnóstico diferencial destas formas de leishmaniose é a leishmaniose dérmica pós-calazar.
Ultraestruturalmente observam-se, na LCD, lise de macrófagos, destruição parasitária no interior dos macrófagos,
contato íntimo entre linfócitos e macrófagos parasitados e entre linfócitos e amastigotas. Tais aspectos associados à
infiltração linfoplasmocitária e a fibrose sugerem ocorrer uma resposta imune celular limitada nestas formas de
CL, embora insuficiente para controlar a infecção, a resposta imune poderia ser capaz de causar a involução
espontânea de algumas lesões. Na LCD subpolar, estudos ultra-estruturais mostraram contato íntimo entre eosinófilos
e macrófagos parasitados e líticos e a presença de grânulos de eosinófilos no citoplasma de macrófagos parasitados
ou entre as membranas dessas duas células, o que leva a crer que a degranulação do eosinófilo possa constituir outro
importante mecanismo parasiticida.
Palavras-chave: leishmaniose cutânea difusa (LCD), histopatologia, estudos ultra-estrutural, Leishmania
amazonensis.
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