LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA (LCD) NA AMAZÔNIA, BRASIL: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Fernando T. Silveira
Resumo
No presente trabalho foram revistos os principais aspectos clínicos e epidemiológicos da leishmaniose cutânea
difusa (LCD) na região Amazônica do Brasil, onde a doença tem como agente causal específico a Leishmania (L.)
amazonensis, sendo sua transmissão feita pelo flebotomíneo vetor, Lutzomyia flaviscutellata, de baixa antropofilia.
Desse modo, embora de ocorrência rara, não ultrapassando mais do que vinte casos desde seu primeiro relato em
1958, a LCD representa uma das formas mais graves da leishmaniose tegumentar, face à imunossupressão celular
específica induzida pelo parasito (a resposta de hipersensibilidade celular está abolida), a qual dificulta o controle
da infecção e resulta no caráter evolutivo crônico da LCD, de difícil tratamento. Por conta do perfil da resposta
imune celular Th2, a maioria dos doentes (crianças menores de cinco anos) carrega, por muitos anos, um quadro
clínico grave, às vezes, altamente mutilante, constituído de lesões cutâneas papulosas, tuberosas, infiltrantes e
nodulares, que podem distribuir-se por todo o tegumento só poupando o couro cabeludo e as regiões palmares (mãos)
e plantares (pés). Em casos avançados, podem ocorrer lesões ósseas nas extremidades por osteomielite e/ou
comprometimento da mucosa nasobucofaríngea. No estado do Pará, com a maior casuística da LCD na região
Amazônica no Brasil, apenas dois casos tiveram evolução satisfatória com tratamento imuno-quimioterápico com
pentamidina+Leishvacin®.
Palavras-chave: leishmaniose cutânea difusa, Leishmania (L.) amazonensis, aspectos clínicos e epidemiológicos,
Amazônia, Brasil.
difusa (LCD) na região Amazônica do Brasil, onde a doença tem como agente causal específico a Leishmania (L.)
amazonensis, sendo sua transmissão feita pelo flebotomíneo vetor, Lutzomyia flaviscutellata, de baixa antropofilia.
Desse modo, embora de ocorrência rara, não ultrapassando mais do que vinte casos desde seu primeiro relato em
1958, a LCD representa uma das formas mais graves da leishmaniose tegumentar, face à imunossupressão celular
específica induzida pelo parasito (a resposta de hipersensibilidade celular está abolida), a qual dificulta o controle
da infecção e resulta no caráter evolutivo crônico da LCD, de difícil tratamento. Por conta do perfil da resposta
imune celular Th2, a maioria dos doentes (crianças menores de cinco anos) carrega, por muitos anos, um quadro
clínico grave, às vezes, altamente mutilante, constituído de lesões cutâneas papulosas, tuberosas, infiltrantes e
nodulares, que podem distribuir-se por todo o tegumento só poupando o couro cabeludo e as regiões palmares (mãos)
e plantares (pés). Em casos avançados, podem ocorrer lesões ósseas nas extremidades por osteomielite e/ou
comprometimento da mucosa nasobucofaríngea. No estado do Pará, com a maior casuística da LCD na região
Amazônica no Brasil, apenas dois casos tiveram evolução satisfatória com tratamento imuno-quimioterápico com
pentamidina+Leishvacin®.
Palavras-chave: leishmaniose cutânea difusa, Leishmania (L.) amazonensis, aspectos clínicos e epidemiológicos,
Amazônia, Brasil.
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