Gazeta Médica da Bahia, No 2 (138)

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A Faculdade de Medicina da Bahia no Século XIX: a Preocupação com Aspectos de Saúde Mental

Nádia Maria Dourado Rocha, Alessandra Graciosa Tranquili, Bianca Becker Lepikson

Resumo


No período colonial, a coroa portuguesa sistematicamente se opôs ao estabelecimento Universidades no Brasil. Apenas em 1808, quando a Guerra Napoleônica forçou a Família Real a deixar Portugal, é que foi fundada a Escola de Cirurgia da Bahia. Durante o século XIX, ela funcionou como centro profissional e cultural, fortemente influenciada pela cultura e ciência francesa. Com a reforma de 1832, para receber o grau de doutor em medicina, os alunos deveriam defender uma tese, cujo tema era definido pela congregação da Casa. Destas, várias foram destruídas no incêndio que, em 1905, consumiu a Biblioteca da FAMEB. Elas constituem uma fonte importante para o estudo da ciência e cultura brasileira no período referido. Destas, foram até o momento localizadas 61 que lidam com questões de saúde mental. Verificou-se uma grande influência de alienistas franceses, a exemplo de Benedict Morel, Charles Samson Féré, Jean Etienne Dominique Esquirol, Hipócrates, Jules Bernard Luys e Jean Martin Charcot. Essas teses doutorais incluem considerações sobre a etiologia, quadro clínico e terapêutica, lidando com conceitos contemporâneaos. Vários contemplam também aspectos antropológicos e sociológicos, o que não é surpreendente vez que, até 1877, a Faculdade de Medicina era a única instituição de ensino superior na Bahia.
Palavras-chaves: Teses de medicina, aspectos psicológicos, história da medicina no Brasil, história da psicologia no Brasil.

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